ESTUDO DE CASO UTILIZANDO OS APARELHOS DE RADIOFREQUENCIA E MANTHUS NO TRATAMENTO DO FIBRO EDEMA GELOIDE (FEG)
 
1VANESSA LAIS DA SILVA, 2FLAVIA LUGOKINSKI, 3TAINA DOS SANTOS MARTINS, 4MICHELE CORREIA FARIAS BERTAGLIA, 5RAQUEL COSTA MACHADO  

 
1Acadêmico do PIC/UNIPAR
2Acadêmica do Curso de Estética e Cosmética da UNIPAR
3Acadêmica do Curso de Estética e Cosmética da UNIPAR
4Acadêmica do Curso de Estética e Cosmética da UNIPAR
5Docente da UNIPAR
 
Introdução: Histologicamente Fibro Edema Gelóide (FEG) é uma infiltração edematosa do tecido conjuntivo, não inflamatória, seguida da polimerização da substância fundamental que, infiltrando-se nas tramas, produz uma reação fibrótica consecutiva (GUIRRO 2004). Vários fatores levam ao surgimento do FEG, mas Maio (2004) relata que o ambiente é um dos fatores importantes, influenciando na evolução e no agravamento do FEG. Hábitos alimentares inadequados com dietas hipercalóricas com insuficiência em proteínas, fibras, vitaminas, sais minerais e oligoelementos são alguns dos fatores ambientais, destacando também o fator sedentarismo que por diversos motivos incluem a diminuição do gasto calórico, diminuição da circulação sanguínea, dificultando oxigenação, trocas metabólicas e retornos venosos e linfáticos. Manthus é um equipamento computadorizado, constituído por geradores de ultrassom associado à corrente estereodinâmicas (corrente de ação espacial), indicados para tratamento de FEG, gordura localizada, pós-cirúrgico, visando a estimulação do sistema linfático, otimizar a função de lipólise e ativação do sistema vegetativo (KLD, 2009). O Aparelho de Radiofrequência (RF) utiliza radiações compreendidas no espectro eletromagnético entre 30KHz e 3GHz, e as frequências mais empregadas em equipamentos utilizados em dermatofuncional estão na faixa de 0,5 MHz e 1,5 MHz, elas atuam por conversão, já que a aplicação de uma radiação eletromagnética de comprimento de onda hectométrica gera um aumento da temperatura dos tecidos, transformando-se, assim, em calor (radiação infravermelha, que possui um comprimento de onda nanométrico) (BORGES, 2012).
Objetivo: Demonstrar a ação dos aparelhos Manthus e Radiofrequência na FEG em mulheres entre 30 a 40 anos através de um estudo de caso.
Relato de caso: Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa em Humanos da Universidade Paranaense/UNIPAR, protocolo 34350414.3.0000.0109. As voluntárias foram submetidas a 15 sessões, uma vez por semana, sendo uma Voluntária M ao aparelho Manthus, e Voluntária R ao aparelho de Radiofrequência, ambas apresentando FEG grau II, tipo mole em região de glúteo e posterior de coxa. Voluntária M, 31 anos, sedentária, não realiza dietas alimentares, iniciou o tratamento fazendo pouca ingestão de água, aumentando sua ingestão após os procedimentos, teve duas gestações. O aparelho Manthus foi realizado utilizando a seguinte calibragem: na primeira sessão o estimulo utilizado foi senoidal, demais sessões quadrado; modo Sonophasys; camada adiposa 4,0cm; frequência do aparelho foi alternada entre 5Hz e 30Hz nas cinco primeiras sessões e após a sexta sessão alternada entre 20Hz e 30Hz, conforme orientação do fabricante para evitar o efeito acomodação; tempo de 7 minutos por região e houve uma variação da dose da corrente entre 9% e 15% dada de acordo com a sensibilidade da voluntária conforme a variação da frequência. Voluntária R, idade 37 anos, faz ingestão de muita água, pratica atividade esportiva (futebol feminino) esporadicamente, não realiza dietas alimentares, teve uma gestação. A Radiofrequência G3 (Tone Derm) foi utilizada com temperatura entre 36°C e 37°C, tempo de cinco minutos cada região para manter a temperatura. Em ambas voluntárias antes da aplicação dos aparelhos, foi realizada higienização com esfoliante corporal a cada quinze dias, diminuindo a impedância da pele, e nos intervalos o antisséptico clorexidine a 0,5%, nas regiões citadas anteriormente. Visivelmente não se observou alteração no quadro de FEG e seu grau, em ambas voluntárias. Apenas na voluntária M, foi possível observar uma diminuição das medidas de circunferência nas regiões de quadril e coxa proximal totalizando 1,5cm.
Discussão: Borges (2012) relata que no tratamento do FEG a aplicação da radiofrequência diminui a fibrose dos septos interlobularese o tamanho dos adipócitos, melhorando a circulação sanguínea e linfática e a absorção de edema. Costa (2009) relata que um estudo realizado durante oito sessões de 30 minutos duas vezes por semana, com 20 mulheres, apresentando FEG, em coxa e glúteos, por um período de um mês, utilizando um aparelho de radiofrequência combinado com infravermelho e sucção mecânica, avaliadas antes e no término do tratamento, três e seis meses após o término do tratamento, foi possível notar em 18 mulheres a melhora no aspecto do FEG. Na escala de melhora clinica, mensurada por uma tabela de percentual, foram evidenciados 50% de melhora do FEG. Simon (2012) realizou um estudo com 3 pacientes, durante dez sessões, duas vezes por semana, utilizando o aparelho Manthus no modo contínuo, em FEG grau III e obteve melhora do aspecto geral do tecido e redução no diâmetro dos principais nódulos do FEG, visualizada através de um software desenvolvido para esse estudo.
Conclusão: Podemos concluir nesse estudo que os aparelhos trabalhados de forma isolada sem associação de uma técnica manual, bem como prática de atividade física, alimentação equilibrada, não proporciona resultados satisfatórios aos tratamentos propostos. Também se acha necessária realização de mais estudos a respeito e com maior número de voluntários.
 

Referências:
BORGES, F. S. Modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. São Paulo: Phorte Editora, 2 ed, 2012.
COSTA, Elisiê Rossi Ribeiro. Lipodistrofia ginóide: tratamento de celulite. Rio de Janeiro: Revinter: 2009.
GUIRRO, Elaine Caldeira de O. Fisioterapia dermato-funcional: fundamentos, recursos e patologias. 3 ed. São Paulo: Manole, 2004.
KLD Biossistemas Equipamentos Eletronicos. Manual de Operação do Manthus. São Paulo, 2009.
MAIO, Mauricio. Tratado de Medicina Estética. Vol.III. São Paulo: Roca, 2004.
SIMON, Gessica Spader. Manthus no fibro edema gelóide: análise entre modo contínuo e pulsado. UNESC, Santa Catarina, 2012.