RESPOSTA NA PRODUTIVIDADE DA ALFACE EM CONSÓRCIO COM REPOLHO


1Bianca Rockenbach, 2ANNE KATHLEEN OLIVEIRA, 3LUCAS ROCKENBACH, 4FERNANDO DE LIMA CANEPPELE, 5EMMANUEL ZULLO GODINHO


1Discente do Colégio Agrícola Estadual de Toledo - CAET
1Discente Colégio Agrícola Estadual de Toledo - CAET
2Discente do curso de agronomia - PUC-PR
3Docente do curso de Doutorado na UNESP
4Docente do curso Técnico Agropecuário - CAEAAC

Introdução: O repolho (Brassica oleracea var. capitata) é uma hortaliça herbácea, com características como folhas arredondadas e cerosas, formando uma cabeça. A escolha do cultivar depende da época de cultivo, tendo em vista que as cultivares foram desenvolvidas de acordo com temperaturas especificas, para estender-se durante todo ano em várias regiões (SILVA et al., 2010). De acordo com OLIVEIRA (2001), em seu experimento notou que a cultura do repolho, pode ser consorciada a uma cultura que não produza muita folhagem e que seja de ciclo curto. A alface (Lactuca sativa L.), é uma hortaliça folhosa, com cultivo propicio ao clima ameno. A classificação das variedades se dá de acordo o tamanho e formato das folhas, e a possibilidade de formação de cabeça ou não. Seu caule e reduzido, sua raiz e pivotante, podendo atingir até 60 centímetros de profundidade (SUGASTI, 2012). Segundo KANO et al. (2012), a cultivar de alface crespa tem liderado o mercado produtor em 70%, já em menor escala se tem o tipo americana. Também vem-se observando o aumento exacerbado de cultivares, porem para o crescimento dessa olerícola, são necessários vários fatores, como temperatura, fotoperíodo, altitude do local de cultivo, sendo assim são necessários teste para observar a adaptabilidade para o ambiente de plantio.
Objetivo: O trabalho tem por objetivo avaliar a viabilidade econômica do consorcio entre alface e o repolho.
Material e métodos: O experimento foi conduzido em condições de campo, no período de março a maio de 2019, na área experimental localizada no Colégio Agrícola Estadual Adroaldo Augusto Colombo (CAEAAC), em Palotina, Paraná, Brasil (24°20ʼ49” S, 53°43ʼ19” O, 366 ma.s.l.). Segundo Nitsche et al. (2019), citam que o solo no município de Palotina é predominado como um solo tipo 3 (solo que possui mais de 35% de argila), o clima da região é caracterizado como Cfa mesotérmico, caracterizando como um clima temperado úmido com Verão quente. Amostras de solos da área experimental foram coletadas nas camadas de 0,00 – 0,20 m e submetidas à análise química de acordo com Raij et al. (2001), apresentando as seguintes características: K = 1,06 cmolc dm-3; Ca = 10,81 cmolc dm-3; Mg = 2,10 cmolc dm-3; P = 49,40 mg dm-3 pelo extrator de mehlich-1; Al+ = 0,2 cmolc dm-3; H + Al = 3,71 cmolc dm-3; pH em H2O = 5,54 e saturação de bases = 76,06%. O solo foi classificado como Latossolo Vermelho eutrófico de textura muito argilosa (Embrapa, 2018). O solo da área experimental não necessitou de correções com calcário e/ou com uma adubação especifica. Na semana que antecedeu o plantio foi aplicado o adubo de solo 5-10-10 NPK na dosagem de 100 g tratamento-1, o experimento foi feito em triplicata. Os canteiros (parcelas) tiveram como área de experimentação, 4,8 m de comprimento com 4,0 m de largura, totalizando 19,2 m². O espaçamento utilizado para o cultivo da alface de 0,25 x 0,25 m, e a couve-folha de 0,8 x 0,8 m. Sendo plantado 5 plantas de couve-flor por linha com 4 linhas e a alface 8 plantas por linha sendo 10 linhas. As mudas de alface foram produzidas previamente em bandejas de 288 células, em viveiro de mudas coberto com filme plástico e telado nas laterais, durante 20 dias, até o transplante. O mesmo ocorreu com a couve-folha. A irrigação dos canteiros foi realizada por microaspersão, por períodos de 15 minutos 2 vezes ao dia, conforme a necessidade. A colheita ocorreu aos 30 e 90 dias após o transplantio da alface e da couve-folha, respectivamente. Na cultura da alface foi avaliado a produtividade em toneladas por hectare, já na couve-folha foi avaliado a produtividade de cabeça em gramas. Foi avaliado também o uso eficiente da terra (UET) que compara os arranjos consorciados com o cultivo solteiro das culturas, segundo a fórmula proposta por Willey (1979). Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância utilizando o aplicativo computacional de análise das variáveis ACTIONTM e suas médias comparadas pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.
Resultados: A produtividade da alface apresentou 76,55ª e 74,87b, no plantio solteiro e no consorcio, respectivamente, confirmando que letras diferentes diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, o mesmo ocorreu com o repolho, onde 27,47ª e 26,74b, no plantio solteiro e no consorcio, respectivamente.
Discussão: REIS et al. (2013), em seu experimento comparando a adubação em consorcio de beterraba e alface, verificaram que não houve diferença estatística para a cultura da beterraba, onde os critérios avaliados foram massa seca e diâmetro da raiz nos dois sistemas de cultivos com diferentes adubações. Já SILVA et al. (2010), comparando o cultivo consorciado de repolho com cenoura e beterraba, obtiveram que na altura da parte aérea da beterraba não tiveram diferença significativa, porem em relação ao uso eficiente de terra, os consórcios ficaram todos acima de 1, ou seja, isso demonstra a viabilidade dos mesmos, esse fato segundo os autores se explica devido ao habito de crescimento das culturas utilizadas.   
Conclusão: No presente trabalho obtivemos as maiores médias do repolho em cultivo consorciado, porem em controvérsia para a cultura da alface as maiores médias foram verificadas em cultivo solteiro.

Referências
OLIVEIRA, F.L. Manejo orgânico da cultura do repolho (Brassica oleracea var. capitata): adubação orgânica, adubação verde e consorciação. Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola) – Universidade Federal do Rural Rio Janeiro, Seropédica, 2001.
REIS, J.M.R.; RODRIGUES, J.F. & REIS, M. de A. Adubação em consórcio de beterraba com alface. Enciclopédia Biosfera, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.17; p. 41. 2013.
SILVA, A.S.; COSTA, C.C.; FERREIRA, E.F.; MONTEIRO, R.F. & BARBOSA, J.W.S. Estudo do cultivo consorciado de repolho com beterraba e cenoura no município de Pombal – PB. Revista Verde (Mossoró – RN – Brasil) v.5, n.5, (Número Especial) p. 197 - 203 dezembro de 2010.
SUGASTI, J.B. Consorciação de hortaliças e sua influência na produtividade, ocorrência de plantas espontâneas e artrópodes associados. Dissertação (Mestrado de Agronomia) – Universidade de Brasília, 2012.  
KANO, C.; CHAVES, F.C.M.; BERNI, R.F.; GONÇALVES, N.R. & SUINAGA, F.A. Avaliação de cultivares de alface crespa sob cultivo protegido no município de Iranduba/AM. Horticultura Brasileira, 2012.
NITSCHE, P. R., CARAMORI, P. H., RICCE, W. DA S., & PINTO, L. F. D. (2019). Atlas climático do estado do Paraná [recurso eletrônico]. Londrina (PR): Instituto Agronômico do Paraná. 210 p.: map. tab. color. Formato: PDF. ISBN 978-85-88184-58-3.