ANÁLISE DA SUBSTITUIÇÃO PARCIAL DE CIMENTO POR RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL, EM DOSAGENS DE SOLO-CIMENTO PARA BASES DE PAVIMENTOS
1JAQUELINE APARECIDA PREVIATO, 2MATHEUS CUSTODIO SILVA, 3LUCAS ROCHA FRANCEZ, 4MATEUS BARBIERI MARRIQUE, 5PAULO HENRIQUE DA SILVA PEREIRA
1Acadêmica do PIC/UNIPAR
1Acadêmico do PIC/UNIPAR
2Acadêmico do PIC/UNIPAR
3Acadêmico do PIC/UNIPAR
4Docente da UNIPAR
Introdução: Atualmente vemos questões ligadas à sustentabilidade se tornarem cada vez mais relevantes. Desta forma, conferências mundiais estão pautando soluções para os problemas ambientais (CORRÊA, 2009), com olhar especial para a construção civil, responsável pela geração de 50% a 70% dos resíduos sólidos do país (IPEA, 2012). Para Mendes et al. (2004) os entulhos em situações irregulares, podem ocasionar a proliferação de vetores de doenças, entupimento de galerias, assoreamento e contaminação de corpos hídricos. Analisando este cenário, uma das formas de reuso do RCC (resíduos da construção civil) é nas camadas de pavimentação, geralmente empregadas como materiais granulares para misturas flexíveis em camada de sub-base em rodovias com baixo fluxo de veículo (BERNUCCI, 2010).
Objetivo: O Objetivo geral deste trabalho é analisar o desempenho do corpo de prova de mistura de solo-cimento com a substituição parcial do cimento em diferentes proporções e verificá-los de acordo com os critérios da ABNT NBR 12253/2012.
Materiais e métodos: O estudo foi desenvolvido mediante a NBR 12024/2012, efetuando a moldagem de corpos de prova cilíndricos de solo-cimento. O solo retirado da cidade de Paranavaí- PR foi analisado conforme o ensaio de Granulometria (NBR 7181/2016), Limite de Liquidez (NBR 6459/2016) e Limite de Plasticidade (NBR 7180/2016) e classificado consoante a NBR 6505/1993-Rochas e Solos e a Classificação Unificada dos Solos (VARGAS, 1977). Os resíduos utilizados foram provenientes de telhas de concreto trituradas e caracterizadas, concordante a NBR NM 248/2003. Feito isso, realiza-se o peneiramento do solo e do resíduo nas peneiras de 300mm e 150mm respectivamente, para obtenção da uniformidade do material. Dessa forma, a partir da NBR 12253/2012 verifica-se o teor de cimento do tipo CP II Z-32 para o ensaio de compactação, em seguida com base na NBR 12023/2012, analisa-se o teor de umidade ótimo através da curva de compactação. Tendo em vista a dosagem ideal de cada material, efetua-se a substituição parcial de cimento por resíduos de classe A da construção civil (CONAMA nº 307/2002) passantes na peneira de nº 200, nas proporções de 10%, 20% e 30% e por fim é feita a moldagem de três corpos de prova para cada percentual com intuito de verificar as resistências de acordo com a NBR 12024/2012.
Resultados: Os resultados da análise do solo conforme o ensaio de Granulometria (NBR 7181/2016), Limite de Liquidez (NBR 6459/2016) e Limite de Plasticidade (NBR 7180/2016) classificam-no como areia fina uniforme bem graduada e areia fina de baixa plasticidade, respectivamente. Verifica-se também que o solo empregado possui grãos com diâmetro máximo de 4,75mm, módulo de finura de 2,32mm, e Limite de Liquidez de 17,74% e Índice de Plasticidade de 3,24%. Já os resíduos possuem um diâmetro máximo de 4,75mm e módulo de finura de 1,90mm consoante à análise granulométrica (NBR NM 248/2003). Com base na NBR 12023/2012 e NBR 12253/2012 foram encontrados o teor de umidade de 6,4% e o teor de cimento Portland de 4% em relação à massa de solo, respectivamente. A resistência dos corpos de prova será analisada após sete dias de sua moldagem, não há, portanto a obtenção dos resultados até o momento, pois estão em período de cura, espera-se que as amostras atinjam o valor de médio igual ou superior a 2,10 MPa.
Discussão: Os resultados da análise física do solo apontam que estão de acordo com o apresentado pela Norma DNIT 143/2010, onde especifica que o Limite de Liquidez e Índice de Plasticidade ideal devem ser inferiores a 40% e 18%, respectivamente, ideal para bases de solo-cimento em pavimentos. Em contrapartida, para o uso do cimento Portland e a água não é preciso efetuar nenhuma caracterização, basta considerar as recomendações. O cimento verifica-se apenas o recebimento, ao passo que a água utilizada deve ser isenta de teores nocivos (DNIT 143/2010).
Conclusão: Até o momento não é possível à obtenção de conclusões para este trabalho. Todavia, conforme o estudo realizado por Silva (2011) observa-se que adição de resíduos sólidos da construção civil às misturas de solos e cimento Portland, embora com uma caracterização de solo diferente da utilizada neste trabalho, melhora significativamente suas propriedades de resistência e compactação.
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT, Rio de Janeiro. NBR 6459 - Solo Determinação do limite de liquidez. Rio de Janeiro, 2016.5p
___.NBR 7180 Solo Determinação do limite de plasticidade. Rio de Janeiro, 2016.
____..NBR 7181 - Solo Análise Granulométrica. Rio de Janeiro, 2016.
____.NBR NM 248 - Agregados Análise da composição Granulométrica. Rio de Janeiro, 2003.
____.NBR 6502 Rochas e solos. Rio de Janeiro, 1993.
____..NBR 12023 - Solo-cimento Ensaio de compactação. Rio de Janeiro, 2012.
____.NBR 12024 -Solo-cimento Moldagem e cura de corpos de prova cilíndrico-Procedimento. Rio de Janeiro, 2012.
____.NBR 12025 - Solo-cimento - Ensaio de compressão simples de corpos de prova cilíndricos-Método de ensaio. Rio de Janeiro, 2012
____.NBR 12253 -Solo-cimento - Dosagem para emprego como camada de pavimento - Procedimento. Rio de Janeiro, 2012.
BERNUCCI, L. B.; et al. Pavimentação asfáltica: Formação básica para engenheiros. Rio de Janeiro, Petrobras, 2010.
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CÔRREA, L. R. Sustentabilidade na construção civil. 2009. 70p. Monografia- Departamento de Engenharia de Materiais e Construção, UFMG, Belo Horizonte/MG, 2009. Disponível em: < https://bit.ly/2QaeRXS >. Acesso em: 5 ago. 2019.
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INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA - IPEA. Diagnóstico dos resíduos sólidos da construção civil: relatório de pesquisa. Brasília:, 2012.
MENDES, T. A, et al. Parâmetros de uma Pista Experimental Executada com Entulho Reciclado. Reunião Anual de Pavimentação. Rio de Janeiro, 35ª edição, outubro. 2004
VARGAS, M. Introdução à mecânica dos solos. Editora da Universidade de São Paulo, 1977.
SILVA, S. S. Estudo da viabilidade técnica do uso de misturas de solo, cimento e RCD para fins de pavimentação. Departamento de Engenharia, UEM. Maringá/PR, 3ª edição. Outubro. 2011. Disponível em: Acesso em: 5 ago. 2019