ANÁLISE DE LAJE LISA PROTENDIDA COM ÊNFASE EM DESLOCAMENTOS TRANSVERSAIS
1LEANDRO MULLER, 2CLEDISON ZATTA VALDAMERI
1Acadêmico de Engenharia Civil - UNIPAR
1Docente da UNIPAR
Introdução: As lajes lisas constituem um sistema construtivo onde as cargas da laje são transmitida diretamente para os pilares sem uso de vigas, este sistema está associado com itens importantes para dimensionamento: punção, deslocamentos transversais e a rigidez (MELLO, 2005). Os deslocamentos transversais são representado pela flecha, e devem ser verificado no estado limite de serviço, garantindo o desempenho adequado da estrutura, em relação ao conforto, aparência e durabilidade (MILANI, 2006). O concreto tem melhores resultados quando submetido a esforços de compressão e menor desempenho na tração, referente a isso a protensão resulta em ganhos no desempenho da estrutura, possibilitando vencer grandes vãos, maior liberdade no layout, redução do tempo de execução e dos deslocamentos (DORNELLES, 2009). O controle das deformações na fase projetual deve ser avaliado pelo projetista, com finalidade de evitar problemas e atender os parâmetros normativos (BARONI, 2003). Estes limites segundo a normativa são relacionados com o vão e o deslocamento máximo admitido, dependendo da razão de limitação a ser considerado na análise (NBR 6118, 2014).
Objetivo: Analisar uma laje lisa protendida, com diferentes classes de resistência do concreto e distribuições de cabos em planta, com ênfase em deslocamentos transversais.
Material e Métodos: Para verificação dos deslocamentos transversais foi modelado uma estrutura de ocupação para escritórios, com classe de agressividade II, com pilares de 40x40 cm, vãos centrais de 8 m, e balanços com 2 m. Foi adotado a protensão completa, com sitema de pós-tração, dimensionada com duas distribuições diferentes de cabos, sendo estas denominadas como distribuição A e B. A distribuição A possui cabos concentrada em faixas de 180 cm na linha dos pilares, e distribuídos uniforme em outra direção, já a distribuição B tem cabos uniformemente distribuídos nas duas direções. A laje em estudo tem espessura de 20 cm, os materiais utilizados para concepção da estrutura foram concreto com classe C30 e C35, e monocordoalha CP-190 de 12,7 mm. O dimensionamento e análise da estrutura foi realizado por meio do software de cálculo TQS. Foi fixado a geometria da laje e realizado dimensionamento para as distribuições A-C30, B-C30, e mantendo a distribuição anterior, porém com um aumento na classe do concreto tem-se: A-C35 e B-C35. Para determinar o deslocamento diferido no tempo, a combinação de serviço utilizada é a quase permanente. Para coeficiente de fluência foi considerado 2,80 para protensão e peso próprio, e 1,90 para revestimento. A armadura positiva foi fixada em 1,96 cm²/m, em razão de influenciar na quantidade de cabos.
Resultados: Os deslocamentos de maior intensidade se encontram no centro dos vãos, para as distribuições A-C30 e B-C30, os deslocamentos encontrados foram de 2,13 cm, e os respectivos consumos de armadura ativa foram 5,55 kg/m² e 5,23 kg/m². Já as distribuições A-C35 e B-C35, com o aumento da resistência do concreto, seus deslocamentos são de 1,95 cm.
Discussão: Verificando os resultados obtidos pode-se obeservar que a condição para aceitabilidade visual é atendida, sendo cerca de 6% a redução da taxa de armadura para o traçado uniforme nas duas direções, já que este traçado forma uma grelha de maior homogeneidade, abrangendo maior número de pontos distribuídos com as armaduras ativas. Neste sentido (DORNELLES, 2009), discute que a distribuição dos cabos em planta depende de fatores como geometria do pavimento, comportamento esperado em serviço ou à ruína, onde cada projeto necessita de lançamentos direcionados as necessidades específicas, incluindo a quantidade e posicionamento de aberturas e tubulações. As taxas de armadura são influenciadas pelas verificações de tensões, e pela armadura positiva fixada para o estudo. Aumentado à resistência do concreto, os deslocamentos transversais foram reduzidos em torno de 8,45%. Este fator já era esperado, mas é importante analisar as possibilidades que geram alterações significativas do ponto de vista de comportamento estrutural e de racionalização de resultados construtivos e financeiros.
Conclusão: Conclui-se que para concepção estrutural de laje lisa protendida, a distribuição das cordoalhas e a resistência do concreto, são fatores que influeciam na redução dos deslocamentos transversais. Em termos relacionado a deslocamento e taxa de armadura ativa, realizar a distribuição de cabos uniformemente nas duas direções apresentou menor consumo, e realizando o aumento da resistência do concreto os deslocamentos são reduzidos de forma considerável.
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de estruturas de concreto Procedimento. Rio de Janeiro, 2014.
BARONI, Henriette Justina Manfredini. Avaliação do comportamento dos deslocamentos transversais ao longo do tempo em vigas de concreto armado não convencional. Orientador: Luiz Carlos Pinto da Silva Filho. 2003. 164 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia) Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2003.
DORNELLES, Francisco Lunardi. Estudo sobre a modelagem da protensão em lajes lisas com o uso de analogia de grelhas. Orientador: Daniel Domingues Loriggio. 2009. 118 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2009.
MELLO, Ana Lucia de Vargas. Cálculo de lajes lisas com protensão parcial e limitada. Orientador: Roberto Chust Carvalho. 2005. 128 f. Dissertação (Mestrado em Construção Civil) Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2005.
MILANI, Alexandre Caio. Análise de lajes planas protendidas pelo método dos elementos finitos. Orientador: Eduardo Bittencourt. 2006. 121 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia) Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2006.
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