POTENCIAL EFEITO TOXICOLÓGICO DO BISFENOL A NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL  


1NATALIA NAMIE MIZUGUCHI, 2PAULA MONTANHINI FAVETTA, 3EDSON GERONIMO , 4WESLEY ALVES TRINDADE , 5FLAVIO DE SOUZA JUNYOR, 6RICARDO DE MELO GERMANO


1Discente do curso de Enfermagem, PIBIC/UNIPAR
2Discente Doutoranda no PPG em Ciência Animal com Ênfase em Produtos Bioativos/UNIPAR
3Discente Doutorado Em Ciência Animal Com Enfase Em Produtos Bioativos/UNIPAR
4Discente no Mestrado no PPG em Ciência Animal com Ênfase em Produtos Bioativos/UNIPAR
5Discente do Instituto Federal do Paraná - Bolsista PEBIC-JR CNPq/Unipar
6Docente do Programa de Pós-graduação em Ciência Animal - Docente de Fisiologia da UNIPAR

Introdução: O Bisfenol A (BPA) é um composto utilizado na fabricação de plásticos de policarbonato e resinas epóxi, seu uso ocorre tanto para o armazenamento de alimentos e bebidas quanto para outros produtos plásticos como brinquedos e mamadeiras, porém, quando submetido a altas temperaturas, decréscimo de pH ou uso prolongado, o BPA pode ser liberado no alimento, representando um contaminante (EDAES; RIBEIRO; SOUZA, 2019). O BPA representa um importante disruptor endócrino, tanto para animais quanto para humanos, podendo afetar diretamente o metabolismo de hormônios, como a produção, liberação, transporte, ligação ou eliminação de hormônios naturais, além de possíveis alterações no Sistema Nervoso Central (SNC), principalmente quando há a exposição ainda nas primeiras etapas da vida (MORGAN et al., 2017).
Objetivo: Realizar uma revisão bibliográfica a respeito dos efeitos do Bisfenol A no Sistema Nervoso Central em humanos na infância e outros animais não humanos juvenis.
Desenvolvimento: O presente trabalho consiste numa revisão de literatura, utilizando o banco de dados eletrônico “Google Acadêmico”, com as seguintes palavras-chave: “bisfenol A, BPA, disruptores endócrinos, Sistema Nervoso Central”. Foram selecionados cinco artigos de 2017 a 2020, foram excluídos artigos que não estavam relacionados com Bisfenol A e o Sistema Nervoso Central. Devida sua característica mais resistente, o BPA é amplamente utilizado e destinado principalmente a produtos de contato alimentar (EDAES; RIBEIRO; SOUZA, 2019). Com composição semelhante ao estrógeno, hormônio feminino, o BPA pode atuar como desregulador endócrino, e em baixas doses, pode apresentar danos sobre a fertilidade, SNC, câncer, diabetes, obesidade, puberdade precoce, doenças cardíacas e também alterações no comportamento (JARDIM et al., 2017). Com relação ao SNC, de acordo com Szymanska e Gonkowski (2018), os efeitos tóxicos do BPA causam inibição da sinaptogênese, desvios no desenvolvimento dendriticos e alterações nas concentrações de cálcio nos neurônios, essas alterações podem gerar problemas na função cognitiva e no SNC. A exposição ao BPA no período pré-natal e pós-natal, desempenha alterações comportamentais na vida adulta e também prejuízos na aprendizagem e memória, essas alterações são devido a redução da densidade e número de neurônios nas áreas subcorticais (DAVIS; CURTIS, 2020).
Conclusão: Algumas consequências negativas da exposição ao BPA são conhecidas, porém, questões importantes ainda permanecem, como a relação da exposição prolongada na idade adulta. São necessários novos estudos a fim de identificar os efeitos desta exposição  no desenvolvimento da saúde de forma mais ampla.

Referências
DAVIS, R. L.; CURTIS, K. S. Estrogen disruptors and neuroimmune signaling in obesity: focus on bisphenol A. Current Opinion in Toxicology, v. 19, p. 15-20, 2020.
EDAES, F. S.; RIBEIRO, S. M; SOUZA, C.B. MALEFÍCIOS DO BISFENOL A NA SAÚDE HUMANA E MEIO AMBIENTE. UNILUS Ensino e Pesquisa, v. 15, n. 41, p. 146-161, 2019.
JARDIM, N. S. et al. Alterações sexo-específicas na memória e homeostase glutamatérgica induzidas por bisfenol A em camundongos: efeito do disseleneto de difenila. 2017.
MORGAN, M. et al. Environmental estrogen-like endocrine disrupting chemicals and breast cancer. Molecular and cellular endocrinology, v. 457, p. 89-102, 2017.
SZYMANSKA, K.; GONKOWSKI, S. Bisphenol A - Induced changes in the enteric nervous system of the porcine duodenum. Neurotoxicology, v. 66, p. 78-86, 2018.